As paredes são a imprensa do povo!

A propaganda faz parte da história do anarquismo. E as ruas e suas paredes são o cenário privilegiado dela. Cartazes, murais e todo tipo de intervenção visual com o uso do papel e da tinta. Ação direta que não pede permissão, que vai lá e faz.

O capitalismo não tem a sua imprensa, seus meios e suportes de comunicação e de propaganda? Que as classes oprimidas tenham as suas! “As paredes são a imprensa dos povos” já disse Rodolfo Wash.

Há algumas semanas saiu uma notícia na imprensa burguesa gaúcha (ZH) sobre o “conflito” entre a prefeitura de Porto Alegre e a Polícia Civil tendo como motivo a colagem de cartazes contra Bolsonaro no Centro histórico.

A prefeitura quer transformar o centro histórico em “exemplo de segurança e limpeza com tolerância zero para todo tipo de contravenção” e a Polícia Civil teria liberado o grupo de pessoas colando cartazes que foram detidas pela Guarda Municipal, argumentando que se tratava de “manifestação política respaldada pela Constituição”.

A posição do secretario municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos Cezar Schirmer foi dizer “Não interessa se é contra o Bolsonaro, contra o Lula, a favor disso ou daquilo. Desde quando colar cartaz em propriedade alheia é liberdade de expressão?”

Pra começo de conversa, para nós anarquistas não interessa o debate sobre a legalidade da propaganda de rua. Os ricos e poderosos controlam os meios de comunicação massivos, podem pagar anúncios caros em grandes jornais e cadeias de rádio e televisão, investem bilhões em marketing, pagam outdoors e fazem o que bem entendem com o povo quando querem construir shoppings e arranha céus, deixando milhares de casas e prédios abandonados que poderiam servir como moradias populares, e infestam as cidades com propagandas de bens de consumo fúteis pra enriquecer os bolsos de poucos.

O projeto da prefeitura é alinhado com o projeto dos ricos e poderosos: abafar qualquer forma de expressão cultural e política que não tenha dinheiro pra pagar e neutralizar qualquer forma de oposição.

Então cabe a nós disputar as ruas e suas paredes e utilizar dos meios disponíveis para comunicar as nossas mensagens, expressar o sentimos e pensamos, e combater quem deve ser combatido. Que nossas mãos não toquem apenas nos tijolos e no cimento que as constroem mas também nas tintas e no papel que materializam ideias, sentimentos, críticas e luta!

Federação Anarquista Gaúcha – FAG

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